segunda-feira, 4 de maio de 2009

Crianças de 7 a 14 anos não sabem ler e escrever*


“Se você faz planos para um ano, semeie arroz. Se faz planos para dez anos plante árvores. Se faz planos para cem anos, eduque, instrua o povo.”

Um quadro estarrecedor da Educação no Brasil demonstrada pela Síntese dos Indicadores Sociais 2008 – Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira – feita pelo IBGE. 52% dos analfabetos de 15 anos ou mais estão no Nordeste. Soma-se o fato que em 2007, 2,1 milhões das crianças de 7 a 14 anos de idade freqüentavam escola e não sabiam ler e escrever. Com esses dados uma indagação: como atingir a universalização e a melhoria da educação primária que é uma meta a ser alcançada até 2015 pelos países signatários dos Objetivos do Milênio? Esse quadro na Educação requer enérgica ação da sociedade brasileira e pressão popular contra a negligência da elite e da classe dirigente do país.

52% dos analfabetos de 15 anos ou mais estão no Nordeste

O Brasil ainda contava, em 2007, com 14,1 milhões de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade - uma taxa de 10% (em 1997, a taxa era de 14,7%). O rendimento familiar é importante na questão do analfabetismo. No conjunto da população que vivia com rendimento familiar per capita de até meio salário mínimo, cerca de 18% eram analfabetos em 2007; já nas classes de rendimentos superiores a dois salários mínimos, o percentual era de 1,4%. O fenômeno do analfabetismo também está bastante relacionado às áreas rurais. A taxa rural (23,3%) era três vezes maior que a urbana (7,6 %).

Em 2007, 2,1 milhões das crianças de 7 a 14 anos de idade freqüentavam escola e não sabiam ler e escrever

Embora entre as crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, faixa etária correspondente ao ensino fundamental, o ensino esteja praticamente universalizado (97,6%), os resultados da pesquisa mostram que este alto índice de freqüência à escola nem sempre se traduz em qualidade do aprendizado. Entre as 28,3 milhões de crianças de 7 a 14 anos, que pela idade já teriam passado pelo processo de alfabetização, foram encontradas 2,4 milhões (8,4%) que não sabem ler e escrever. Isto não significa que estas crianças não estejam na escola: 2,1 milhões delas, ou seja, 87,2%, das que não sabiam ler e escrever, freqüentavam estabelecimento de ensino. Deste grupo de 2,1 milhões, 1,2 milhão vivia no Nordeste do país. Entre as crianças de 10 anos, idade adequada à 4a série, que não sabiam ler e escrever, 85,6 % destas crianças estavam na escola. Chama atenção o número de crianças de 14 anos fora da escola, cerca de 204,8 mil.

Para reflexão dos flamenguistas, Botafoguenses, vascaínos e tricolores...

Os jogadores do time profissional do Flamengo faturam alto entre luvas e salários mensalmente. Uma fortuna para quem não joga nada e faz a galera rubro-negra sofrer. Veja o que ganha algumas feras do time:

Fábio Luciano é o jogador rubro-negro mais bem pago, fatura incríveis R$ 301 mil reais; Ibson recebe R$198 mil; Kléberson R$ 190 mil; Josiel R$ 194 mil; Juan R$ 183 mil; Bruno R$ 174 mil; Léo Moura R$ 157 mil; e Obina embolsa R$ 115 mil.

Enquanto isso uma professora do Estado ou da Prefeitura fatura uma mixaria, não pode nem ficar de chinelinho em casa porque tem que corrigir provas e preparar as aulas e ainda tem que bater um bolão em sala de aula todos os dias.

*Almir Paulo

As garras fascistas querem privatizar as escolas e hospitais municipais*


“Toda vez que nos aproximamos por demais do monstro que queremos combater,
corremos o risco de nos tornar iguais a ele.” (Nietszche)


Você, caro leitor, se lembra de na campanha o senhor Eduardo Paes declarar que desejava privatizar escolas, teatros, hospitais, creches, postos de saúde e etc?

Pois é! Ele não disse, mas é o que ele quer fazer ao enviar para a Câmara de Vereadores o Projeto de Lei número 02 de 2009 que autoriza o poder executivo a transferir às organizações sociais (OSs) equipamentos municipais, servidores nestes equipamentos e recursos para funcionamento. É extremamente grave o que quer o prefeitinho com essa lei privatizar a Prefeitura do Rio com patrimônio e recursos públicos.

Essa bendita lei efetiva a pior das privatizações: aquela que o setor privado entra com a vontade e o setor público entra com o seu patrimônio, servidores e muita grana.

Uma análise prática numa escola. A organização privada assume uma escola (pode assumir várias ao mesmo tempo?) recebe o prédio, os professores, a merenda escolar e os recursos que a Prefeitura hoje aplica na escola. Isto é intervenção e significa um retrocesso educacional. Hoje elegemos os diretores de maneira democrática, com este projeto teremos pessoas de fora da realidade escolar, para dirigir as escolas, com as verbas municipais. E quem serão estas ONG's? Estarão ligadas a quem ou a qual partido?

A lei autoriza que este mecanismo seja aplicado em escolas, creches, postos de saúde, hospitais, centros sociais, vilas olímpicas, equipamentos culturais, empresa de limpeza urbana e de iluminação pública, etc. Esse processo vai além da privatização clássica, onde o setor público licita uma empresa sua e o setor privado a assume pagando, e depois aplicando seus recursos. Vai além da terceirização, onde o setor público através de uma licitação define um serviço a ser prestado como limpeza, vigilância, etc. Esta estratégia na verdade é distribuição de dinheiro público e de cargos.

Não há exemplo no Brasil de uma lei como esta, em que se criam segmentos privados dentro do setor público com patrimônio, pessoal e dinheiro, públicos. Cabe aos vereadores, aos partidos políticos, aos servidores municipais diretamente ou através de suas associações e sindicatos interromperem a tramitação deste projeto de lei, arquivá-lo liminarmente, de forma a impedir a maior sangria que se possa ter feito no Brasil contra o setor público. Seria um escândalo de enormes proporções e inacreditavelmente autorizado por lei.

Nasce um cínico e mais um novo fascista na Cidade Maravilhosa.

*Almir Paulo