segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Brasil tem deficiências na Educação*

“Não basta que tenhamos sido bons, quando deixarmos o mundo. É preciso que deixemos também um mundo bom” (Bertold Brecht)

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou no dia 25 de novembro o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, no qual analisa
dados de 129 países do ano de 2006 referentes a matrículas no ensino primário, analfabetismo de jovens e adultos, além de repetência e evasão escolar e paridade entre gêneros no acesso à escola.

O Brasil aparece no relatório em 80º lugar, entre 129 países, ficando atrás de Cuba, Argentina, México, Bolívia, Equador, Venezuela e Paraguai. As nossas deficiências na educação nos permitem ter o índice de 0,901, elaborado com base no Índice de Desenvolvimento de Educação para Todos.

O Brasil tem a segunda maior taxa de repetência escolar na América Latina, com 18,7% na escola primária. Apenas o Suriname tinha o pior indicador, com 20,3%.

Alerta mundial

A Unesco alerta no relatório que o mundo não atingirá os objetivos de oferta e melhoria no ensino para o ano de 2015, que foram fixadas em 2000. Pelo menos 29 milhões de crianças continuarão fora da escola primária (eram 75 milhões em 2006) e cerca de 700 milhões de jovens e adultos permanecerão analfabetos (eram 770 milhões em 2006). A entidade quer que os países ricos doem US$ 7 bilhões, por ano, às nações pobres para investimentos em educação e com isso acelere o ritmo das metas.

Apesar das deficiências e dos baixos investimentos na educação pública, a Unesco prevê que o Brasil conseguirá cumprir a meta de universalização do ensino primário, reduzindo para 200 mil o número de crianças fora da escola em 2015.

Uma luta de todos

As desigualdades educacionais no mundo ameaçam as metas de 2015 da Unesco, em função dos governos dos países em desenvolvimento não investirem suficientemente na educação.
A ONU, a Unesco e os povos do planeta deveriam exigir dos países ricos o perdão das gigantescas dívidas externas das nações mais pobres. A sociedade brasileira precisa entender que o poder da mobilização popular e do voto são armas fundamentais na busca constante por uma educação pública de qualidade e pelo cumprimento constitucional de aplicação dos 25% dos recursos
públicos na educação pelos governos municipais, estaduais e federal. Só o povo organizado é capaz de exigir e garantir mais investimentos na educação. Estamos permanentemente nesta luta.

É a nossa guerra!

*Almir Paulo