quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Violência, Saúde e Educação*

“A não-violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, se não mesmo de covardia. A não-violência nunca deve ser usada como um escudo para a covardia. É uma arma para os bravos. O que precisamos matar no inimigo é o desejo de matar.”
(Mahatma Gandhi).

Os últimos acontecimentos registrados na cidade do Rio de Janeiro nos deixam profundamente indignados e com um sentimento de total fragilidade diante dos atos de violência, selvageria e barbárie.

- A professora aposentada Hilda Bruno Ferreira, de 55 anos, levou um tiro na cabeça em tentativa de assalto no Tanque, no dia 31 de maio.
- O estudante Thiago Henry Siqueira Oazen, 19 anos, foi assassinado por policiais militares, na Freguesia. Agora o pai do rapaz, o empresário Sérgio Oazen, revela que vem sofrendo ameaças de morte pelo telefone.
- Equipe de reportagem do jornal ‘O Dia’ foi submetida a torturas em favela de Realengo.
- As milícias são grupos paramilitares formados por PMs e bombeiros, da ativa e da reserva, que passaram a controlar comunidades impondo suas regras e cobrando por segurança. Em Jacarepaguá 15 favelas estão sob o controle das milícias.
- Três jovens moradores do Morro da Providência que, entregues por 11 soldados do Exército a traficantes do Morro da Mineira, foram torturados e assassinados no dia 14/06.
- O estudante Daniel Duque, 18 anos, foi assassinado na porta da Boate Baronetti, em Ipanema, por um policial militar que fazia segurança do filho de uma promotora.
- Na favela do Muquiço, em Guadalupe, um tiro numa incursão policial desastrosa – com motivação até hoje desconhecida – acabou com os sonhos do menino Ramon Fernandes, de 6 anos.

Para completar o quadro desesperador, os números na Saúde e na Educação nos deixam assustados e inquietos por serem questões sociais que também podem ser resolvidas pelos governos. Veja os números absurdos:

- O País registra por ano 250 mil internações de mulheres por complicações decorrentes de abortos ilegais.
- De janeiro a junho subiu para 195.217 os casos de dengue registrado até o momento no Estado do Rio de Janeiro, com 272 óbitos notificados.
- De janeiro a abril deste ano, 1339 profissionais da educação, média de 12 abandonos por dia deixaram definitivamente a rede pública estadual de ensino por conta dos baixos salários.
- Entre as 100 piores escolas do país, 23 são do Rio e 18 estaduais.
- No Brasil apenas 54 % dos alunos chegam a 5ª série do ensino fundamental e a taxa de analfabetismo registra 11.1 %.

Estamos ou não indefesos, diante de tanta injustiça social e crescente violência? Por isso, afirmo que nossa luta contra a violência e a injustiça é permanente e ideológica. Os ricos gastam suas fortunas no supérfluo. US$ 2 bilhões é o que o mercado de luxo movimenta em média por ano, no Brasil, e o patrimônio das 5 mil famílias mais ricas equivale a 40% do PIB do País, isso gera um Brasil cheio de contradições e distorções sociais.
*Almir Paulo

domingo, 5 de outubro de 2008

Metas pela Educação

Amigos, de tudo ficam três coisas: a certeza de que estamos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar, a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar. Portanto, devemos: fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte da procura, um encontro.” (Fernando Pessoa)



28 de Abril, Dia da Educação

Quem lembrou dessa preciosa data? Na grande mídia nenhuma reportagem sobre o assunto. Aliás, os temas efusivos, da semana de 28 de abril a 2 de maio, na mídia foram a bacalhoada entre o Ronaldo Fenômeno e travestis, o absurdo e a crueldade do austríaco Josef Fritzl, o maníaco de 73 anos, que manteve a filha Elizabeth presa por 24 anos no porão de sua casa, além da final do Campeonato Carioca, o Imposto de Renda 2008 e os detalhes da reconstituição do caso Isabella. Nem uma nota para o Dia da Educação. Nem Lula lembrou, até porque sua política educacional, infelizmente, continua priorizando o ensino universitário em detrimento do ensino fundamental.
É bom sempre dizer, que os governos de Lula, Sérgio Cabral e Cesar Maia não têm como prioridade a Educação e os investimentos são tímidos na pré-escola e no ensino fundamental. Essa política impede avanços no país porque cria um problema estrutural grave que é a falta de qualificação do profissional brasileiro, em função do seu baixo grau de escolaridade. Como ascender sem estudos e qualificação profissional? Como fazer o país crescer?

O Governo Federal propõe finalmente cinco metas para Educação:

1 – Todos de 4 a 17 anos na escola;
2 – Todos lendo e escrevendo até os 8 anos;
3 – Todos aprendendo o que é certo para cada série;
4 – Todos formados no ensino médio até 19 anos;
5 – Todo investimento em educação bem cuidado e ampliado.

Eu defendo mais três metas: Todos na escola em tempo integral até os 17 anos; Piso salarial para os mestres de 10 (dez) salários mínimos; e Democratização das escolas com a criação de Conselho Escola-Comunidade.